A Reforma Tributária do consumo saiu do “debate” e entrou de vez no modo implementação. E o primeiro marco prático começa em 1º de janeiro de 2026: não é ainda a “virada completa” do sistema, mas é o ano em que empresas e contadores começam a operar a transição na prática — especialmente na emissão de notas e nas obrigações acessórias.
A seguir, explico de forma direta o que muda no início de 2026 e o que você deve fazer para não ser pego de surpresa. 😊
1) 2026 será o “ano-teste” do IBS e da CBS 🧪
A Reforma cria um modelo de IVA dual, com:
- CBS (federal)
- IBS (estadual/municipal)
Em 2026, esses tributos entram em fase de teste, com alíquotas reduzidas:
- CBS: 0,9%
- IBS: 0,1%
A lógica do ano-teste é permitir calibragem, validação de sistemas e aprendizado, antes de começar a cobrança “pra valer” nos anos seguintes.
2) Na prática, o que muda a partir de janeiro/2026? ✅
a) Notas fiscais com campos de IBS e CBS (mesmo em fase de teste) 🧾
O grande impacto imediato é operacional: documentos fiscais eletrônicos (como NF-e, NFC-e, NFS-e, CT-e etc.) passam a ser utilizados/adequados para comportar os campos de IBS e CBS durante a transição.
Ou seja: sistema emissor + ERP + rotinas fiscais precisam estar prontos para “conversar” com o novo modelo.
b) Apuração “educativa” em 2026 e período sem penalidades 🧑🏫
A Receita Federal e o Comitê Gestor do IBS publicaram um ato conjunto prevendo:
- fase de adaptação,
- sem penalidades por um período inicial,
- e apuração com caráter informativo (sem efeitos financeiros), desde que cumpridas as obrigações acessórias.
A diretriz reforça que 2026 terá caráter educativo, para ajustes de sistemas e validação de fluxos.
c) E o pagamento? Vai ter custo em 2026? 💰
O desenho oficial da transição prevê que, em 2026, o IBS/CBS seriam “testados” com alíquotas reduzidas e mecanismo de compensação com PIS/COFINS, além de previsão de dispensa/isenção da arrecadação de prova para quem cumprir as obrigações acessórias.
Na prática, com as regras de adaptação divulgadas no fim de 2025, a orientação é que a apuração em 2026 seja usada para simulação/aprendizado, sem efeitos financeiros quando cumpridos os requisitos, e com janela inicial sem penalidades.
Tradução do “contabilês”: o foco de 2026 é compliance e estrutura, não aumento imediato de carga — mas você vai precisar emitir certo e informar certo.
3) O que sua empresa deve ajustar já no início de 2026 🔧
Aqui vai um checklist bem prático (vale para comércio, serviços, saúde, advocacia, clínicas, varejo, condomínios etc.):
✅ 1. Atualizar emissor/ERP e integrações fiscais
- Verifique com seu fornecedor de sistema se já está pronto para os campos IBS/CBS
- Garanta atualização de layout de NF e rotinas de cálculo/exibição
✅ 2. Revisar cadastros (NCM/serviços, CFOP, regras de tributação)
Mesmo no teste, cadastro ruim = nota ruim, e nota ruim vira retrabalho e risco.
✅ 3. Treinar time (faturamento/financeiro) e alinhar processos
2026 é o ano de “rodar o piloto”: quanto antes seu time dominar, mais suave será 2027 em diante.
✅ 4. Conferir contratos e precificação (principalmente serviços) 📑
A Reforma muda o jogo no médio prazo (créditos, não cumulatividade, regras nacionais). Mesmo que 2026 seja teste, vale começar a mapear:
- quem é seu cliente (PJ/PF),
- como você forma preço,
- como negocia reajustes.
4) Linha do tempo rápida: por que 2026 importa tanto? 🗓️
- 2026: ano-teste do IBS (0,1%) e CBS (0,9%), com foco em apuração/obrigações e adaptação tecnológica.
- 2027: início de fase mais “pra valer” no âmbito federal: extinção de PIS/Cofins e cobrança da CBS em alíquota cheia; IPI tende a zero para a maioria dos produtos (com exceções ligadas à ZFM) e entra o Imposto Seletivo.
- 2029 a 2032: transição gradual de ICMS/ISS para IBS.
- 2033: vigência integral do novo modelo e extinção definitiva de ICMS e ISS.
5) 2026 não é “só teste” — é o ano de arrumar a casa 🏠✨
Se tem uma mensagem principal aqui, é esta: quem deixar para se adaptar só em 2027 vai sofrer. Em 2026, sua empresa tem a oportunidade de:
- ajustar sistema sem traumas,
- rodar simulações,
- treinar equipe,
- e entrar na fase seguinte com segurança.
Aqui na Carmelitas Contabilidade, a gente ajuda você com esse plano de adaptação (emissor, rotinas, conferências e revisão de processos) de ponta a ponta — com acompanhamento bem próximo e linguagem sem “juridiquês” 😄🤝

